Lembro da Bel pequenina, um bebê que sempre amou colo.
Ela só ficava tranquila quando eu estava por perto, bem perto. O Sling virou peça de roupa e foi minha salvação.
Tive um puerpério no meio do luto pela perda do meu pai e isso impactou minha amamentação, que também não deu certo. Os despertares noturnos e solitários me faziam lembrar da tristeza que se exacerbava pelo cansaço e dificultava mais as coisas.
Tudo isso me fez entrar num looping que colocou meu maternar no modo automático e eu sobrevivia a cada dia sempre tentando manter tudo sob controle e funcionando perfeitamente.
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Tive sucesso por um lado, mas por outro, esqueci de curtir, me preocupava demais em acertar e não tive tempo de aproveitar, não me permiti a diversão.
Eu precisava provar que eu tinha valor, afinal ...
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A questão é que quando estamos nesse furacão, incrível e assustador ao mesmo tempo, a gente quer que passe logo, luta em vão para tentar escapar, todos nos dizem "vai passar".
E assim se faz, eles crescem em graça e sabedoria e chega o tempo em que somos nós que vamos pedir presença.
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Mas eu despertei a tempo e sabendo que o tempo voa e a saudade deles pequeninos vai chegar, me permiti viver seguindo o meu coração, aprendendo dela e com ela um dia de cada vez.
Acredite, vai dar certo.
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Daqui alguns anos, quando olhar para o seu filho crescido, espero que possa, assim como eu, se lembrar do bebê que ele foi um dia, com o coração tranquilo de quem acumulou lindas e incríveis memórias.
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Com carinho, Adriana.
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