Essa frase não é minha e não seria justo que eu tomasse posse dela. Essa é uma fala da psicóloga infantil Daniela Freixo de Faria, uma pessoa iluminada que abriu minha mente e meu coração para viver uma maternidade mais livre, leve e solta.
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Diferente do que muitos pensam, o fato de eu já atuar como profissional materno-infantil, não me diplomou como mãe e eu também vivi meus desafios e precisei de ajuda, e ela foi uma das minhas referências.
Todo o conhecimento que ela agregou ao meu maternar eu incorporei ao meu trabalho.
Em minha assistência ao puerpério vejo a transformação acontecendo através dos mesmos despertares pelos quais passei. Famílias se livrando das suas expectativas idealizadas e vivendo o aprendizado do "ser família" só por hoje, um dia de cada vez, fazendo seu melhor.
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Vou tentar então trazer aqui como isso mudou minha maternidade e vem me ajudando a despertar em muitas outras mulheres e verdadeira essência do tornar-se MÃE.
A jornada da maternidade é uma das experiências mais profundas e transformadoras que uma mulher pode vivenciar. No entanto, muitas vezes, nos perdemos em nossas próprias idealizações e expectativas, buscando que essa jornada seja exatamente como imaginamos. Nesse processo, podemos inadvertidamente alterar o seu propósito, afastando-nos de sua essência genuína.
A centralidade de nossos corações no maternar está em concentrarmos nossas expectativas no desejos do nosso coração, em como a gente acha que tem que ser, em como a gente espera que as coisas aconteçam - no meu tempo, do meu jeito.
Idealizamos tudo. Como nosso filho vai ser, como será sua vida, o que esperamos de melhor pra ele ....
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Desde cedo, somos expostas a imagens de mães perfeitas nos meios de comunicação, nas redes sociais e até mesmo em histórias de contos de fadas. Essas representações alimentam a expectativa de que a maternidade deve ser um período de pura felicidade, serenidade e realização constante. Desejamos criar uma conexão perfeita com nossos filhos, sermos as mães exemplares, e muitas vezes buscamos atender aos padrões impostos pela sociedade. Isso, sem contar na competição velada que acontece em relação as supostas habilidades das crianças.
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Entretanto, a realidade da maternidade é repleta de altos e baixos, desafios e aprendizados. A vida materna pode ser exaustiva, emocionalmente desafiadora e repleta de dúvidas. Nossos filhos são únicos e também estão se adaptando a vida. Quando nossa experiência não corresponde às nossas idealizações, podemos nos sentir culpadas e inadequadas, alimentando uma sensação de fracasso e, nesse ponto, a "centralidade de nossos corações" nos afasta da verdadeira essência do maternar.
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Para REdescobrir o verdadeiro propósito do "ser família", é essencial permitir-nos sermos humanas, com virtudes e imperfeições. Aceitar que nem tudo será perfeito, e que está tudo bem cometer erros e aprender com eles.
A maternidade é uma grande oportunidade de crescimento pessoal e autoconhecimento.
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A gente não vivencia o maternar enquanto fica tentando seguir por um caminho que foca só no objetivo final que você idealizou. Em vez de buscar essa perfeição idealizada, podemos nos concentrar em construir conexões com nossos filhos, estando presentes, aceitando suas individualidades e apoiando-os em seu desenvolvimento.
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Quando olhamos para a maternidade com coração aberto, abraçamos a autenticidade da experiência. Celebramos cada momento, tanto os desafiadores quanto os gratificantes, pois eles fazem parte dessa jornada única e preciosa. É através da vulnerabilidade e da humildade que cultivamos um ambiente de amor, confiança e aceitação mútua com nossos filhos.
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Ao compreendermos que a "centralidade de nossos corações" na maternidade pode nos distanciar do verdadeiro propósito dessa jornada, abrimos espaço para uma vivência mais autêntica e significativa. O maternar não precisa ser uma busca pela perfeição, mas sim uma oportunidade de crescimento, aprendizado e conexão genuína com nossos filhos. Ao aceitar a imperfeição e celebrar cada momento, reencontramos seu verdadeiro sentido e vivemos essa experiência com amor, alegria e gratidão.
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Quando esse despertar toca nosso coração a gente consegue se despir dessa roupa apertada de mãe perfeita, tirar das costas o peso de ter que saber tudo e ver em cada dia uma oportunidade de aprendizado sem cobranças.
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Lembrando que, somos pessoas diferentes e, assim, cada mulher tem sua própria jornada e não há um único caminho para ser mãe.
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Espero que essa semente floresça em seu coração e te ajude a despertar para viver o SEU "ser mãe" de um lugar mais acolhedor e feliz.
Bj no coração e até breve.
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